A Deus, Zé
- Flávia Lima
- 28 de set. de 2021
- 1 min de leitura
Atualizado: 5 de mar. de 2024

Sei que “adeus” se escreve tudo junto. O Zé Mário, querido mestre e jornalista de primeira, também sabia. Mas assim como eu, creio que muitos vão sorrir como ele sorriria desse doce erro de semântica que vi recentemente na postagem de alguém: A Deus, amigo!
E não é, justamente, a Deus, que queremos encaminhar o Zé? Sem querer, essa pessoa humilde (como também era o sábio Zé Mário) criou uma construção linguística riquíssima e expressiva, assim como uma senhora do sertão de Pernambuco que, certa vez, me disse: ela tem quase cem anos, mas ainda está nítida, nítida, referindo-se à lucidez impecável da mãe.
Para despedir-me de um mestre que me ensinou a contar uma história inteira com uma única imagem e me incentivou a escrever, eu peço emprestadas as expressões puras das pessoas simples, que assim como um Manoel de Barros subvertem as palavras pra lhes dar mais precisão e ênfase. A Deus, querido mestre e grande profissional que fundou o Jornal Enfim em 1993, mas, bem antes disso, influenciou muitas e muitas gerações nas várias faculdades de Jornalismo e Publicidade nas quais lecionou. A Deus, grande jornalista, que construiu sua história juntamente com a história da imprensa ribeirão-pretana. Sua memória estará sempre nítida na memória da cidade, mesmo quando os impressos todos passarem.
A Deus, Zé.
Lindo demais, esse encontro com Deus transcende a morte!